Blip.fm, uma análise superficial.

Ao contrário do last.fm que construiu uma base de músicas e um modelo que impede que você escolha o que quer ouvir, o blip.fm permite que você busque artistas, músicas e etc e “microblogue” suas músicas, à moda twitter.

No entanto, embora muito simples e bacana, o blip.fm se situa na área cinza da legalidade de distribuição de música. No melhor estilo web2.0 bebe de inúmeras fontes (não auditadas), mas permite a divulgação de material potencialmente ilegal para download, sem necessidade de muito aparato (ou conhecimento) técnico para obtê-lo.

A base de músicas do blip.fm é coletada (ao menos em grande parte) da internet, a partir de arquivos de áudio colocados em blogs, sites pessoais, diretórios “escondidos” indexados por buscadores, etc. Essa base de dados é construída a partir dos nomes dos arquivos de áudio e da informação obtida de tags ID3 dentro dos próprios arquivos.

Quando você seleciona uma música do blip.fm, ela está na maior parte do tempo hospedada no servidor de alguém, qualquer um, em qualquer lugar (o seu, talvez? você já publicou arquivos mp3 na internet? Só pra passar para um amigo? Você lembrou de apagar depois?) portanto assume que a responsabilidade pela distribuição desse arquivo seja da pessoa que a publicou na web (você?).

Em outra modalidade o stream vem dos próprios servidores do blip.fm quando o upload foi feito por um usuário, para dentro de seu perfil. Neste caso, é explicitada a responsabilidade do usuário quanto à legalidade da publicação do arquivo, no momento em que o upload é feito.

O blip.fm acaba atuando como uma vitrine de arquivos mp3, atráves do link “Buy This Track”, que redireciona para a loja da Amazon, provavelmente revertendo-se em comissões para o próprio blip.fm, ajudando a sustentar o modelo.

A fonte do stream das músicas é obscurecida dos usuários, para não caracterizar facilitação de cópia ilegal (no Brasil pelo menos, prover o meio para cópia ilegal também pode ser considerado crime) e para incentiver a compra das Músicas legalmente pela Amazon.

O player flash traz as músicas diretamente de onde quer que estejam na internet (economizando banda e problemas legais pro blip.fm) mas o endereço  web do mp3 ainda fica evidente se você instalar um proxy local (como o tinyproxy para GNU/Linux ou tantos proxies HTTP gratuitos para windows) e observar seus logs. Fica fácil identificar onde está hospedado o arquivo, constuindo-se uma forma indireta de busca e download de mp3.

Fique muito atento se um arquivo mp3 inocentemente publicado em seu webserver começar a gerar um volume muito grande de downloads, ele pode ter sido divulgado. É por isso que várias músicas do dia pra noite se tornam indisponíveis no blip.fm, elas são removidas quando começam a “causar problema” para seus hosts, afinal, alguém paga pelo tráfego.

Apesar da idéia ser muito, muito bacana, não sei dizer se o blip.fm vai durar muito (pelo menos da maneira que é hoje) ou será atacado pelas gravadoras. Continua sendo uma idéia genial para a divulgação de músicas próprias, como é o caso das três músicas do Crosstalk, que publiquei.

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Comentários

3 respostas para “Blip.fm, uma análise superficial.”

  1. […] ler o post do Sr. Eduardo Maçan, resolvi testar o Blip.fm . Devo dizer que ele é realmente divertido. A idéia de poder fazer uma […]

  2. Avatar de Cesar Cardoso

    "Continua sendo uma idéia genial para a divulgação de músicas próprias, como é o caso das três músicas do Crosstalk, que publiquei."

    A Fuze, que é a dona do Blip.fm, é originalmente uma rede social para fãs de música e músicos independentes. Um dos usos "originais" (se é que existe isso na internet) do Blip.fm é justamente esse, divulgação de novas músicas.

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