Fazia um bom tempo que eu queria começar a falar sobre gestão de projetos neste blog, mas não encontrava uma forma que considerasse interessante de começar.
Há muitos anos venho tendo devaneios sobre viajar para a itália (terra de todos os meus avós) e finalmente, apesar da crise internacional e eteceteras, resolvi queimar alguns dinheiros suadamente guardados ao longo dos anos para este fim e proporcionar-nos uma viagem emocional às raízes da minha família. Vamos meu pai, meu filho e eu visitar as cidades de onde viemos (em especial as dos meus avôs paterno e materno).
Como vocês podem ver, existe uma grande dose de sentimento (quem me conhece sabe que eu sou um cara muito família) envolvida e eu não quero que o trabalho de liderar a viagem (a execução do projeto) entre no meu caminho enquanto eu estiver viajando.
Quero poder desfrutar ao máximo enquanto estiver lá, ao invés de ter que ficar queimando a cabeça com imprevistos. Para isso estou usando componentes de várias técnicas e conceitos de gestão de projetos, que irei comentar ao longo dos posts sobre esta viagem.
Uma viagem é um exemplo excelente para um projeto pois ela tem um escopo muito claro e um período mais ainda. Um projeto é algo que necessariamente tem um fim predeterminado, a condução do projeto deve levá-lo do planejamento à sua conclusão dentro dos prazos estabelecidos, escopo e custos definidos.
Eu já estou em uma fase adiantada da organização desta viagem, mas escreverei também sobre as fases que antecederam o momento atual.
O escopo inicial deste projeto foi: “Proporcionar a meu pai, meu filho e a mim uma viagem agradável, plena de lazer e informação, passando por Roma e pelas cidades ligadas a meus avós: Perugia, Ubertide, Gubbio (Úmbria, meu avô materno), San Donà di Piave, Noventa di Piave (Veneto, meu avô paterno)“. Algumas restrições iniciais também foram colocadas:
- Meu pai gostaria de conhecer a agricultura italiana
- Meu pai não quer se ausentar por mais do que 10 dias.
- Eu quero gastar, no máximo, R$15000,00 com tudo que envolve esta viagem, para os três.
- Eu preciso que a viagem coincida com o trancamento de uma matéria no meu MBA e que ocorra em Julho/09, no meu período de férias e no período de férias escolares do meu filho.
- Meu filho quer assistir a uma partida de futebol na itália “nem que seja da 3a divisão”.
Os itens opcionais do projeto, que são desejáveis, mas não obrigatórios:
- Conhecer Veneza
- Visitar os meus primos em Belluno
- Visitar os descendentes do meu trizavô e a casa onde meu Bisavô materno viveu até a imigração ao Brasil após a primeira guerra.
- Conhecer Assissi.
- Meu filho gostaria de poder treinar o espanhol e o inglês que aprende na escola.
- Eu gostaria de aperfeiçoar meu italiano (opcional, mas inevitável)
Obviamente, quanto mais se fizer por menos dinheiro, melhor. E muitos detalhes serão alterados durante a execução, mas a espinha dorsal do projeto foi definida por estas restrições e este escopo inicial.
Obviamente, não irei implementá-lo gerenciando as nove áreas do PMBOK isoladamente uma vez que eu serei o único gerente do “projeto viagem”. E nem pretendo produzir um “curso on-line” no assunto, mas eu quero aproveitar para dar um bom exemplo e comentários utilizando técnicas pinceladas do PMBok, de SCRUM e principalmente GTD, de forma que acredito esta série de posts seja muito interessante e didática para interessados nestes assuntos.
Claro que por ser um projeto real, gerenciado de forma aberta, procurando se adaptar rapidamente às mudanças impostas pelos inevitáveis fatores externos e principalmente por estar sendo publicado na internet, todos são convidados a comentar, sugerir e corrigir na área de comentários deste blog 🙂
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