Ouvi essa expressão e caí imediatamente em um flashback de situações que presenciei em minha carreira, escolhi uma situação de tecnologia e outra de gestão para comentar aqui.
O gatilho pra minha epifania foi que “Energia” e “Luz” podem ser metáforas para “entrada” e “saída”, “vitalidade” e “sabedoria” e ao mesmo tempo são coisas bem concretas em circuitos elétricos.
Em uma lâmpada incandescente, o material do filamento se aquece graças à resistência elétrica e produz luz, mas o calor também desgasta e em algum momento interrompe a própria lâmpada.
Os processos das organizações também podem oferecem resistência à entrega de valor. Eis duas situações de “resistência” que vão degradando a eficiência da organização em evoluir seus produtos digitais ao longo do tempo e aceleram a “quebra” quando o calor que produzem se torna excessivo:
Acúmulo de Complexidade Técnica
Complexidade “residual” tende a se acumular na arquitetura enquanto as empresas crescem rápido, pivotam, adquirem e são adquiridas, integram ou substituem fornecedores externos. Vai ficando cada vez mais difícil modificar ou adicionar novas features e a velocidade de implementação dos times tende a cair com o tempo.
Costumo citar três passos para uma boa implementação: 1) Fazer funcionar 2) Fazer direito e 3) Otimizar. Infelizmente é comum parar no primeiro passo e já partir pro próximo desafio; isso tem consequências. Recomendo o “Software Architecture Guide” do Martin Fowler sobre arquitetura em que ele menciona o efeito do “cruft” (Link nos comentários).
A arquitetura precisa ser conduzida e esses “débitos técnicos” precisam ser atacados com frequência ou se tornarão impagáveis. Todo mundo já ouviu “é melhor jogar fora e começar do zero”, não? Pois é.
Priorização Inconsistente
As chances de entregar valor aquém do potencial da organização aumentam muito quando faltam clareza e visibilidade do valor que as iniciativas realmente entregam. A organização corre um risco maior de deixar de fora o que realmente importa se não investir na avaliação do impacto de cada iniciativa e em discussões conscientes sobre priorização global.
Além disso, nada deixa mais rastros e limita mais o fluxo de entrega de valor do que despriorizar iniciativas grandes no meio da execução. Isso só reforça a importância do princípio das entregas menores e frequentes das metodologias ágeis.
Enfim, obrigado ao Marcos Henrique Masuchi pela expressão nova que aprendi, pela epifania que ela causou e pela previsão que isso geraria um post no linkedin, me senti na obrigação de cumprí-la.

Muita Energia, pouca Luz
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