Artigo originalmente publicado no blog “Ciência e Tecnologia“
No artigo anterior descrevemos como os objetos vibram, produzindo sons. Vimos que todo material possui algum grau de elasticidade que permite que os objetos se expandam e contraiam.
Mas como as vibrações causadas pelo prato que caiu lá na cozinha chegam até nossos ouvidos na sala? O fato do ar ser razoavelmente transparente em curtas distâncias (mesmo em São Paulo) faz com que esqueçamos dele com frequência, mas não podemos desprezá-lo.
Tanto nós quanto o prato quebrando na cozinha estamos imersos no mesmo ar . Ao se expandir, o objeto “empurra” moléculas do ar ao seu redor, essas moléculas “empurram” as suas vizinhas e assim por diante. Ao se contrair, o objeto “puxa” moléculas do ar que “puxam” suas vizinhas da mesma forma. Eventualmente, essas “vizinhas” poderão ser as vizinhas de um intrincado mecanismo biológico dentro de nossos canais auditivos.
Para que o som se propague é preciso haver o que “empurrar e puxar”. Esse meio condutor precisa obrigatoriamente estar presente seja sólido, líquido ou gasoso. No vácuo o som não tem como se propagar. Uma explosão ou um motor no espaço não fazem barulho algum, ao contrário do que vemos frequentemente no cinema de forma a aumentar a dramaticidade das cenas (algumas representações mais fiéis no cinema resolveram o problema do silêncio espacial de forma mais poética).
Quando o emissor do som “empurra” o meio, ele cria uma zona de maior pressão, pois o comprime. Essa zona de pressão é seguida de uma zona de menor pressão, causada pela contração do objeto que havia se expandido. Essas zonas de pressão viajam com velocidade e modo de propagação característicos ao meio, formando ondas parecidas com as que se formam quando você atira uma pedra numa lagoa calma.
Para estes artigos vamos considerar o ar como nosso meio de difusão padrão para as ondas sonoras. No ar, a velocidade de propagação do som é de aproximadamente 344m/s ou 1230Km/h. Isso significa que se você gritar pra alguém a 350 metros de distãncia a pessoa só irá ouvir seu grito um segundo depois. Isso explica porque você sempre vê o clarão do raio antes de ouvir o trovão (a luz viaja a 300000Km/s).
Continuamos com a propagação do som no próximo artigo, até lá! 🙂
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