Ia postar algo reclamando (Desabafando? É verdade… mas não deixava de ser uma reclamação) porque tou passando por algo ruim, mas consegui me segurar e mudei o tom do post graças a algo que se deu em minha mente e que descrevo aqui.
Ontem quando fui pro treino de Kung Fu fui com a intenção de imaginar, no lugar dos meus oponentes imaginários dos katis, a figura do mais novo parasita carrapateando minha vida, mentalizar sua imagem no espaço por onde passavam socos e chutes que seriam desferidos com ainda mais força contra… …minhas próprias frustrações.
Minhas próprias frustrações? Sim! Por mais que fossem frustrações, eram minhas só minhas, eu as carrego comigo. De uma forma ou de outra percebi que eu estava agredindo a mim mesmo ao socar o parasita da vez. Afinal… por que ele estava lá? Por uma razão única pela qual todos os parasitas que passam por nossas vidas se instalam: Porque eu permiti que ele o fizesse. Consciente ou inconscientemente eu dei minha autorização para sua presença, seja por ingenuidade, displicência… mas dei.
Cheguei rancoroso e rancoroso amarrei o cadarço da sapatilha, enrolei a faixa ao redor da cintura e a amarrei com mais força que o habitual…
Começa o treino e me concentro em ajustar movimentos, forçar os músculos que devia forçar em cada alongamento… pegar leve nas flexões com o ombro que vez ou outra me lembra que já sofreu uma lesão…chegamos aos chutes. Eu estava me sentindo leve, surpreso com o meu desempenho físico naquele dia… eis que volta a imagem do meu parasita… a sensação do ódio ressurgindo no meio de tanto bem-estar me golpeou direto no estômago.
Percebi que definitivamente aquilo me atrapalhava.
Me Lembrei de Luke Skywalker enfrentando seu medos na floresta contra um Darth Vader imaginário e terminando por ver seu próprio rosto sob a máscara do inimigo vencido. Lembrei do Bushido (o caminho do guerreiro): a honra, a retidão… lembrei da imagem de Guan Yu (Kwan Kung) , símbolo e exemplo de lealdade, honra, coragem e honestidade que eu sem querer vi na parede antes de entrar na sala de treino… lembrei dos ensinamentos cristãos,oferecer a outra face… “Dai a Deus o que é de Deus, dai a César o que é de Cesar”, o caminho de espinhos, esforço, humildade, resignação, observância da lei, justiça… a mesma mensagem se repetia e se multiplicava em ecos dentro da minha cabeça vindo de diversas fontes.
Me dei conta então que a melhor maneira de afastar os parasitas seria mudar a mim mesmo.Tão óbvio, mas de tão difícil interiorização.
Tudo isso em menos tempo do que se leva pra dar um soco.
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