Isso é uma história real, mas os nomes foram trocados para proteger os inocentes. (Inocentes?!?!?!? HAHAHAHAH, er, *cof*)
Preciso de 2 galões de tinta invisível. Lá vamos nós ao mercadolivre procurar tinta invisível nas cores azul e amarela (pera lá, não era invisível?) ahá! Achei um vendedor com bons preços de tinta invisível, vou fechar o negócio.
Pego o telefone, ligo, ele passa o endereço. Diz que é perto da estação da Luz, nunca desci na Luz, vou anotar os telefones e ligar de lá pra não ter erro. Claro que eu saí do lado errado da estação, e mais claro ainda que pra sair do lado certo eu teria que passar pela catraca de novo e pagar R$2,10. Eita estaçãozinha estranha. Dou a maior volta imaginável e acho uma passarela pra cruzar a avenida.
Ligo pro lugar, atende uma moça com voz muito agradável:
“Sblevers iluminação e efeitos, boa tarde!?!”
“Oi, eu estou tentando chegar aí, acabo de descer na Luz, como faço?”
“Ah, você vai ter que pegar a Florêncio de Abreu e de lá vir até a Rua São Caetano, é a segunda travessa, logo depois da Igreja”
“Mas é fácil achar essa rua?”
“É sim, é só perguntar, todo mundo conhece, é a ‘rua das noivas'”
“Olha! Quem sabe eu não ache uma?” (Eu tenho que admitir, nasci pedreiro na outra encarnação)
“*risos*”
“Então tá, já estou chegando, obrigado!”
São Paulo é mesmo incrível, tem a rua dos eletrônicos e telefonia (Sta Ifigênia) a rua das óticas e fotografia (Cons. Crispiniano) a rua da música e móveis(!) (Teodoro Sampaio) A rua das ferramentas (esqueci o nome dessa), a rua dos carros antigos, a rua dos tecidos, roupas aviamentos e cacarecos (25 de março) etc etc etc. A rua das noivas eu ainda não conhecia, impressionante! Enquanto andava e via vitrine após vitrine cheias de vestidos de noiva, pensamentos pipocavam em minha mente inquieta:
– Por que diabos vendem tinta invisível na rua das noivas? Se fosse tinta que desaparece eu até veria serventia, mas invisível?
– Interessante a rua das noivas começar numa igreja. Mas o certo seria TERMINAR na igreja, não? (Cabe uma tese inteira aqui)
– A partir de uma certa altura começa a ter lojas para debutantes na rua das noivas, o que me levou a concluir que uma debutante nada mais é que um outro tipo de noiva. Faz sentido.
– Será que a dona da voz é gost… digo… tão simpática ao vivo quanto ao telefone?
Achei o endereço, uma loja especializada em iluminação e construção de treliças, além de vender tecidos diversos, isso é São Paulo.
Pergunto pra alguém e ouço que eu tenho que ir até o fundo da loja, e falar com a P…atrícia. Esse nome me persegue (em outro post conto a história no metrô tatuapé com outra P…atrícia). Bom, vamos dar uma chance à moça.
E vou dizer, que beleza a P…atrícia, viu!?! Mas o que é aquela coisa dourada na mão direita dela? Hahaha., não acredito, ela é noiva! Nada mais apropriado, eu estou na rua das noivas – devo me lembrar – e não na rua da tinta invisível.
A tinta era novidade por ali ao que parece, enquanto falo com o vendedor que pega as duas garrafinhas, a P…atrícia comenta:
“Nossa, tinta invisível?!?! Isso eu nunca vi!”
Algumas frases parece que terminam com uma etiquetinha: “me zoe”. Essa era uma delas.
“É porque deve ser realmente boa essa tinta!” respondi com um sorriso irônico. Coitada, deve ser o nome… a minha tolerância zero se mede em Kelvin.
E lá vou eu com duas garrafas de tinta “invisível” fosforecente subindo a rua das noivas, pensando nas infinitas aplicações das mesmas junto a minha recém-adquirida “lâmpada de luz negra”… eu já contei essa história? Não? Fica pra outro post…
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