Um dia decisivo, 30 anos atrás.

Eram 90 vagas para Engenharia de Computação na Unicamp e eu fui o 102º colocado. Se não tivesse passado direto em Matemática Aplicada e Computacional talvez eu nem tivesse ido de Santa Mariana a Campinas (450Km) para a matrícula no dia anterior. Eu estava na primeira lista de espera, mas que chance eu teria? Se era meu sonho seria certamente o sonho dos 12 sortudos que por centésimos estavam à minha frente… e não se desiste de um sonho assim facilmente!

Especialmente do meu sonho, que estava apoiado em uma aptidão natural e tanta, mas tanta preparação. Estudei de manhã, tarde e noite durante mais de um ano e só me inscrevi em um único exame vestibular, *O* exame vestibular. Era “isso” ou “isso no ano que vem”.

No dia 12/02/1992 eu cheguei antes da abertura da reserva da primeira chamada. Eu vi a pessoa pendurando a lista na parede e eu estava nela! Corri fazer a matrícula e ganhei os abraços da família que tinha me acompanhado e apoiado até ali.

O documento abaixo estava tão apagado que tive que digitalizar e editá-lo para que ficasse legível. Eu o encontrei enquanto recolhia papéis e documentos que me diziam respeito nas coisas da minha mãe.

Vai fazer um ano que não posso mais ligar pra ela pra contar as novidades, os sucessos e os não-tão-sucessos-assim, embora esse ainda seja o meu primeiro impulso quando algo acontece. Só aí eu lembro que não dá mais pra “telefonar”, só dá pra “pensar mais alto”. Nesses momentos eu “penso mais alto”…

Depois de tudo o que aconteceu nesses 30 anos e por tudo o que aconteceu pra eu chegar ali, hoje eu estou “pensando” bem “mais alto” do que o habitual.

Obrigado, Dona Neuza.



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