Feliz ano novo a todos!

2005 vai embora… Mais uma vez estamos todos olhando para trás e para
frente… em geral é uma fase de decisões… alguém sabe de onde vem o
nome Janeiro? É uma homenagem ao deus romano Janus, o deus dos portões,
passagens, inícios e términos. É representado por uma figura de dois
rostos que olham para lados opostos. O mês inicial do ano o homenageia
pois é o momento em que atravessamos uma passagem, rumo ao futuro, nos
preparamos para o ano que inicia e refletimos sobre o ano que passou.
é quando olhamos para o futuro e para o passado ao mesmo tempo, os dois
rostos de Janus (para saber mais, eis um excelente artigo na wikipedia)

Existem vários tipos de pessoas, entre elas dois que são interessantes
nessa divagacão pré-passagem que estou fazendo… as que não estão nem
aí e as que se importam com coisas imbecis, simbologias, sentimentos e
escrevem posts sangrentos em seus blogs, na qual eu me incluo. Para o
primeiro grupo, do qual já me esforcei muito para participar mas nunca
consegui, é mais uma data. Para mim é um momento de terminar e
recomecar (um reboot para ser claro pros amigos que leem esse blog
sangrento e me sentir triste pelas coisas boas que não vão voltar e
torcer para que novas coisas boas as substituam e claro, ficar feliz
com o que acabou de ruim e torcer para que nào venha nada pior no ano
que vem.

Eu em geral fico ainda mais melancólico nessa época do ano,
minha sensibilidade aumenta tremendamente, eu passo a compor mais,
escrever mais, (até poesia eu faco nos momentos em que minha mente
sobrecarregada de informacão comeca a vazar pelo ladrão) eu passo a
receber mais informacão das coisas, tento introjetar e tirar algo de
bom, tropeco em simbolismos, mensagens e sinais… e numa dessas eu
tropecei nessa cena que registrei com meu celular

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No sítio onde fui repor minhas energias (vide post sobre natal) me
deparei com essa cena que me inspirou… fiquei vários minutos olhando
pra essa pequena mangueira nascendo ao pé da mangueira de 70 anos de
idade que lhe fazia sombra, e fazia sombra no banco de pedra que
representa a fundacão do meu ramo da família (sem piadas com ramo e
macã, por favor, já ouvi todas).

Citando Belchior, cujas palavras ganharam docura e firmeza na voz de
Elis Regina: “É você que ama o passado e que não vê que o novo sempre
vem”. Além de ser extremamente engracada porque eu passei anos da minha
vida achando que ela cantava “é você que É MAL PASSADO e que não vê”
(sem entender porque diabos alguém seria mal passado) é a mais dura
verdade, o novo vem. O tempo passa.

Uma pessoa bem mais realista que eu, ao olhar pra foto ao lado
me disse: “Pena que essa planta não vai conseguir sobreviver no pé
dessa árvore grande”. Realmente não vai, e não é necessário ser
engenheiro agrônomo ou ter vivido 17 anos na fazenda pra entender
porque… mas eu acredito no poder das metáforas.

Recentemente li uma matéria sobre um robô com consciência de si próprio
que acabava de ser produzido, ele era capaz de distinguir entre uma
imagem de si próprio no espelho e outro robô semelhante a ele. O
primeiro grande passo para a consciência artificial, mas até um
programa de computador ser capaz de produzir metáforas, ainda temos um
longo passo. Mais importante do que o fato da planta não sobreviver (e
a pessoa que me apontou isso praticamente arruinar a minha vocacão
nascente para a carreira de criador de arquivos powerpoint de
automotivacão) foi a inspiracão que a metáfora me proporcionou naquele
momento e que me mantém a uma distância segura filosoficamente falando
daquele robô que citei em seguida.

Que venha o futuro! E que nosso ano novo não morra precocemente à sombra do passado.


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