Um clássico, além de ser um jogo dificílimo. Um dos shoot’em’ups melhor elaborados de todos os tempos que não conseguiu ter sequências e nem conversões à sua altura e menos ainda charme. Zanac foi lançado originalmente para MSX em 1986 e o A.I. do nome significava Artificial Intelligence e dizia respeito ao sistema do jogo ficar mais fácil ou mais difícil dependendo das ações do jogador, como o disparo de tiros e etc.
No jogo você pilota sua nave sobre a superfície de um planeta atacando objetos no solo e no ar. A diversidade de cenários, objetos e inimigos é impressionante (estamos falando de 1986)
Na figura anterior notam-se alguns elementos importantes do jogo: as caixinhas voadoras trazem surpresas e vem em grupos de 3, elas podem carregar power-ups para seu poder de fogo, nada ou 3 tiros disparados em sua direção. À direita e no topo um ídolo. Quando recebem uma certa quantidade de tiros liberam uma bola pulsante de energia que explode em contato com sua nave, eliminando todos os inimigos e tiros da tela. Um tipo especial de ídolo com um sorriso diferente (próxima figura) solta uma bola de energia especial, que após algum tempo muda de cor e pode transportá-lo para outros níveis do jogo (pra frente ou para trás, você tem que aprender por tentativa e erro).
Este ídolo sorri como quem esconde algo de você…
Após mostrar suas habilidades em desviar de toneladas de tiros, objetos e naves das mais variadas formas e com os mais diversos padrões de ataque você chega a uma construção metálica (azul, eram só 16 cores disponíveis no msx 1) que o espera com poderosos canhões em forma de olho que abrem e fecham disparando tiros para todos os lados, principalmente o seu. Conforme você passa cada uma das fases a complexidade das estruturas vai aumentando… uma das surpresas de se chegar ao fim da fase/round era sempre ver a estrutura do “chefão” que além de acrescentar em dificuldade também geralmente acrescentava em beleza de design: algumas enterradas no chão, outras na água, algumas com olhos gigantes e assim por diante. Quando a tela parava de rolar para que você lutasse com o chefe era possível destruir ídolos (precisa atirar muuuito neles) que estivessem por ali, o que garantia uma vidinha extra.
A Zanac era uma das mais bonitas naves de jogos shoot’em’up
Os chefes de fase cresciam em complexidade estrutural, dificuldade e beleza a cada round/nível.
Eram 8 fases ao todo, mais uma secreta, embora você pudesse saltar níveis graças aos ídolos certos, zerar esse jogo era uma espécie de sinal de virilidade que era reconhecido e respeitado por todos os outros nerds do seu grupo e de outros, trazia o tipo de reconhecimento que poucas crianças/pré-adolescentes cheios de espinha poderiam obter de outra forma. Havia um nível secreto que o levava direto ao nível final, mas ele era quase tão impossível quanto todos os outros juntos. Atravessar o nível zero era quase tão símbolo de virilidade nerd quanto ir do um ao sete sem perder.
E a música? Para os padrões do MSX 1 (3 canais simultâneos, ondinhas quadradas, um gerador de ruído) era praticamente uma orquestra sinfônica tocando. Eu fiz loops em mp3 da música de abertura música de abertura, e também da música do jogo música do jogo, basta colocar em modo contínuo para experimentar os sons que grudavam nos cérebros de quem tinha os nervos necessários para desafiar esse jogo. Claro, quando eu falei em sinfônica, quem conhece o jogo certamente se lembrou da música de game over música de game over, que tinha um quê Bachiano em suas primeiras notas (Toccata e fuga???) e geralmente precedia gritos desesperados de quem tinha certeza que aquela seria a vez em que venceria o jogo. Tsc, tsc tsc…
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