Sou eminentemente um apreciador de música eletrônica, todos sabem disso. Mas para horror de muitos dos meus amigos tenho um gosto extremamente amplo que engloba do Jazz e Erudito ao Pop e Sertanejo (o bom, diga-se de passagem). Não tenho preconceitos, gosto de música e ponto. Se a música me apresenta alguma característica, seja técnica, seja melódica, alguma idéia ou inovação, já é suficiente para ganhar minha simpatia.
Tenho meu gosto pendendo bastante para a década de 80, não apenas porque foi a década de outro da música sintética, mas pelo clima tenso que o mundo vivia durante a guerra fria.
Eu sinto um pouco de falta do mistério que a união soviética represetava para mim, os anos 80 foram rechados de fantasia (afinal eu era uma criança) e daí talvez venha meu gosto pelas músicas influenciadas pela guerra fria.
Então num golpe surpreendente, reencontro essa música SERTANEJA de raíz, que coloca a preocupação com o possível destino trágico da humanidade e da (agora aparentemente distante) ameaça da terceira guerra mundial, uma pérola da “ficção científica caipira
DISCO VOADOR
(Palmeira)
Tomara que seja verdade
Que exista mesmo disco voador
Que seja um povo inteligente
Pra trazer pra gente a paz e o amor
Se for pro bem da humanidade
Que felicidade essa intervenção
Aqui na terra só se pensa em guerra
Matar o vizinho é nossa intenção
Se Deus que é todo poderoso
Fez esse colosso suspenso no ar
Por que não pôde ter criado
Um mundo apartado da terra e do mar
Tem gente que não acredita
E acha que é fita os mistérios profundos
Quem tem um filho pode ter dois filhos
O Senhor também pode ter outros mundos
Os homens do nosso planeta dão a impressão
De que não têm mais crença
Em vez de fabricar remédio
Pra curar o tédio e outras doenças
Inventam bomba de hidrogênio
Usam o seu gênio fabricando bomba
Mas não se esqueçam que por mais que cresçam
Que perante Deus qualquer gigante tomba
O nosso mundo é o espelho
Que reflete sempre a realidade
Quem forma vinha colhe uva
E quem planta chuva colhe tempestade
No tempo em que Jesus vivia
Ele disse um dia e não foi a esmo
Que nesse mundo que a maldade infesta
Tudo o que não presta morre por si mesmo
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