Ontem fui ao Planet Pop Festival no via funchal. Movido pelo meu apreco por Lasgo, Groove Coverage e Ian Van Dahl. Iriam “tocar” os 3 na mesma noite! Imperdível pra quem é eclético o bastante pra não ficar só na música eletrônica mais “cabeca” e é capaz de se entregar a 6 horas de pancadas quase contínuas nos tímpanos, melodias grudentas e letras de fácil assimilacão ou mesmo no-brainers. Eu sou um desses.

Estava curioso por ver o que o público consumidor de música eletrônica de massa tem ouvido, e embora me considere experiente no que tange ao funcionamento das engrenagens da indústria de mídia, modismos e consumismo, me surpreendi: O público tem consumido as mesmas coisas.

Eu já sabia que é cíclico, mas uma coisa é saber que são em grande parte as mesmas músicas, com roupas novas para agradar uma geracão mais nova que não identifica a não-originalidade do material e o consome com o mesmo frescor de 10, 20, 30, 40 anos atrás. Outra é ver ao vivo.
Vou fazer um apanhado do que vi durante o Planet Pop:

1. Daytona:
   O cara entra no palco com uma jaqueta, pinta de motoqueiro rebelde (dos anos 70) e toca… adivinha o que? Born to be Wild!!!! Yeah babe!!! Guitarra distorcida e “get your motor running…” sobre pancadas eletrônicas, os timbres e riffs de guitarra se misturam tão bem com a base eletrônica quanto água e óleo. A turma vai à loucura enquanto eu imagino quantas das pessoas na platéia sabem soletrar “steppenwolf”. Novo êxtase é atingido durante a execucão (que encerrou a apresentacão) de “Rock and roll all night” do KISS, wooohooooo!
2. Dalimas:
   Hmmmm… a coisa está melhorando, agora a vocalista é gatchinha, mas peralá! Isso que ela tá cantando… não é “Sweet child o’ mine” do Guns & Roses? É! Pera, e essa agora? … não é “Livin’ on a Prayer” do Bon Jovi? É sim! Essa é do tempo que propaganda de cigarro passava na TV. Gozado, eles estão usando os mesmos teclados do show anterior ou é impressão minha?
3. Kasino
   Foi apagado da minha memória… só lembro de ter pensado que “casino” in italiano se não me engano é a palavra que designa as “casas de tolerância” na itália. O popular “puteiro” por aqui. Os teclados desta vez mudaram.
4. Jan Wayne & Charlene
   Cacapa! Traz “a Dalimas” de volta! Alguém trouxe a Madame Min pra cantar téchino! Ei, ela canta bem… Eu conheco essa música… “Turn around… every now and then…” O QUEEE???? “Total Eclipse of the Heart“??? Socorro! Estou preso em uma pintura surrealista em tons de verde-limão e rosa choque! Isso me lembra do dia em que eu, na fila da festa anos-80 lá do autobanh falei (e alto) que alguém devia jogar a última pá de terra em cima da cova dos anos 80, quando percebi o que fiz já era tarde pra evitar ser linchado com os olhos de toda a fila. Mas enfim… eu acho que vou sair do 80’s blues, ela agora só deve tocar inéditas, ou ao menos mais recen… oque? Tá falando do tom cruise? Tá perguntando se alguém assistiu “Top Gun” ? Não! Não é possível… ela não vai…. foi: Take my Breath Away. E pra fechar… Total eclipse of the heart, mas essa já não tocou antes? Ahhh… nova versão da base.
5. Dj Ross vs Double U
   Everybody Get Up! Everybody Get Up! Mas então, né? Double U com indefectível jaqueta Adidas, depois camisa da selecão brasileira (hehehehehhe, o segundo uniforme, azul, quase da cor do da itália… esperto esse rapaz. Rapaz?) Eu quero parte do meu dinheiro de volta! O Double U ser apresentado como “atracao internacional” ? Ele se mudou de São Paulo? Ele fala portugues fluente, e há questão de uns 3 anos eu o vi por acidente quando cai no programa do Gilberto Barros de tarde na Bandeirantes. Na época ele comentou que já morava em São Paulo há 2 anos e estava tentando retomar a carreira de sucesso por aqui… e quer saber mais? Ele até pouco tempo atrás tinha data fixa no Na Mata Café em SP. Pelo menos ele me alegrou cantando “Fiz dois gol”, digo, “Please don’t go” e With or Without You do U2. Ele também revelou que é a banda que idolatra. Hmmm… U2 … 2U, double U… faz sentido 😉 hmmm… os mesmos teclados voltaram…
6. Groove Coverage
   Já são mais de 4:00am e nada ainda do que eu vim ver, já estou cansado de ficar em pé e pular, e nem vou poder curtir com a mesma energia o show das “bandas” principais. “Bandas” porque só estão no palco a Vocalista e o cara (DJ) pondo as bases (apertando o play) no console logo atrás. Olha! God is a Girl, She… Nossa!!! Moonlight Shadow! Acho que vou ligar pro decko pra ele ouvir um pouco… hehehehehe, eu sou mau. Demorou pra atender. E não é que ele está ouvindo? Ou então pegou a @#$#@$@# do celular, apertou a @#$#$@ do botao e voltou a dormir enquanto eu pago o interurbano. Huahuauhauh! Eu me amo.
   
7. Lasgo & Ian Van Dahl
   conheco pouco Ian Van Dahl, mas gosto muito de Lasgo. Já estou no meu limite, resolvo fazer algum alongamento, tudo em mim estrala… resolvo não tentar isso novamente. A vocalista do Lasgo tá mais caidinha do que eu esperava, massss…. naah que “mas” que nada, ainda estou assutado depois de ter visto a Charlene. São 5 da manhã… olha! “Hooold me in your arms…” Something! O decko adora essa música, acho que vou ligar pra ele ouvir um pouquinho! hauhauauhaua… dessa vez atendeu mais rápido! O celular devia estar perto da cama. HUAHAUAHUAH. Espero que ele esteja na república e não na casa da mãe. A essa altura ninguém nota que nem DJ apertando o “play” no palco tem mais. Mas elas cantam bem.

Me diverti pacas embora tenha acabado assistindo sozinho os shows… saí surdo às 5:30 da manhã, cheguei em casa, me mantive acordado, fui ao Tai Chi Chuan às 9:00h, estralei tudo o que ainda não tinha estralado e cá estamos nós, escrevendo essa nota de utilidade publica, enquanto pelas minhas contas comeca outro dia de planet pop lá no via funchal, com as mesmas atracoes.

Curioso que todos os shows contam com duas dancarinas quando o vocal é masculino e dois dancarinos quando o vocal é feminino. Como o crosstalk atualmente tem um vocal feminino, acho que é hora de eu e o cristian comecarmos a ensaiar uns passinhos de danca… 😛